Modernismo No Brasil - Semana de Arte Moderna
Didaticamente dizemos que o Modernismo Brasileiro tem início em 1922 com conhecidíssima Semana de Arte Moderna. Realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, de 13 a 17 de fevereiro, teve como principal propósito renovar, transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências européias, essa era basicamente a intenção dos modernistas.
Vamos lembrar que o Modernismo foi um movimento que aconteceu, não somente na Literatura e sim, em todas as outras artes. Os principais artistas que participaram da Semana está:
- Música
Heitor Villa-Lobos
- Literatura
Mário de Andrade
Oswald de Andrade
Ronald de Carvalho
Graça Aranha
- Pitura
Tarsila do Amaral
Anita Malfatti
Di Cavalcanti
Apesar de se chamar uma semana, ela não ocorreu em todos os dias. Temos aí, alguns cartazes feitos por Di Cavalcanti para a Semana:
1° Dia: Graça Aranha abre o evento com um discurso belíssimo e há uma exposição de quadros. Logo depois temos a abertura de eventos no palco do Teatro Municipal com Villa-Lobos, onde ele tem que sair de baixo de muita vaia.
2° Dia: Mário de Andrade declama um poema nas escadarias do teatro e também há a publicação com direito a autógrafo. Ronald de Carvalho declama o poema "Os Sapos" de Manuel Bandeira, onde o refrão se assemelhava ao coachar de um sapo. Aí vai um pequeno trecho:
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os delumbra.
—
Em ronco que a terra,
Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
–
O sapo-tanoeiro
Parnasiano aguado,
Diz: — ” Meu cancioneiro
É bem martelado.
–
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio…
3° Dia: Heitor de Villa-Lobo entra de terno, todo arrumadinho, chinelo e guarda-chuva, a plateia quase veio abaixo querendo bater nos artistas. E você acha que eles ficaram tristes? Eles ficaram muito felizes porque eles queria justamente isso, chocar!
Aí tem uma foto que eles tiraram ao final do evento, nela temos: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Graça Aranha.
O que os jornais da época falaram a respeito:
A Gazeta, São Paulo, 4 de fevereiro de 1922, p.1 (coluna "Notas de Arte Futurista").
A Semana Futurista
A Semana de Arte Moderna, a realizar-se proximamente no Teatro Municipal, vem agitando de tal forma o nosso meio artístico e intelectual que se conservar alheio a esse movimento seria dar provas de um parti pris que não se coaduna absolutamente com o grau de progresso e que atingiu a imprensa moderna.
Jornal do Commercio, São Paulo, 9 de fevereiro de 1922, PP. 5 e 6 (coluna "Semana de Arte Moderna").
2. Semana em Notícia
Semana de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna continua a despertar entusiasmo e curiosidade em nossas rodas artísticas e sociais. A primeira récita, que se realizará amanhã, no Municipal, será o início de uma série de espetáculos que, pelo seu cunho artístico, promete ficar memorável em nosso meio.